Artigos | 22/11/16
A cerâmica é descrita pelos historiadores como talvez o primeiro tipo de indústria inicialmente criado e sua origem remonta à pré-história. Dos primeiros enfeites e utensílios, a cerâmica evoluiu para vasos e lajotas, mas é desde as civilizações mais antigas (babilônica e egípcia) que vieram a ser identificados os primeiros azulejos, usados para enfeitar e revestir paredes. Na idade média, foram as invasões muçulmanas que disseminaram os azulejos pelo mundo ocidental, trazendo-os para a península ibérica, introduzindo-os nas culturas espanhola e lusitana. Foi a partir do século 16, ao mesmo tempo em que incluía o Brasil em suas possessões, que Portugal adotou o uso dos azulejos na arquitetura local, incorporando suas funcionalidades estéticas com as de higiene e isolamento térmico. Apesar de o nome sugerir alguma tendência para a coloração azul, azulejo é um arabismo, sinônimo de "pedra polida reduzida". Assim, azulejos podem adquirir praticamente qualquer coloração, aliás, foi em Portugal que nasceu a tradição dos azulejos decorados.
Ausente da arquitetura brasileira por séculos, o uso de azulejos voltou a ser moda na década de 1.940, quando foi incorporada ao repertório de construção, além de gerar variantes que vão de pastilhas de fachadas até revestimentos de pisos.
Elevada durezaOs materiais rígidos, se por um lado toleram sem danos impactos de alta energia, por outro, apresentam plasticidade e elasticidade baixas, de modo que, quando um impacto ultrapassa o limite de ruptura, o material se fragmenta, racha, quebra. Este conceito se aplica para as cerâmicas em geral. Ao se cortar peças de cerâmica, é preciso usar componentes de altíssima dureza, e proceder progressivamente, evitando lascar o acabamento e o substrato.
Outro cuidado que deve ser tomado na aplicação se refere às expansões dimensionais com o aquecimento. À semelhança da maioria dos materiais, a cerâmica se expande: caso os azulejos sejam montados rente uns aos outros, a variação da temperatura ambiente pode levá-los a trincar, eventualmente, rachá-los. Para evitar esse fenômeno, os pedreiros instalam os azulejos com folgas, para absorver essas expansões. Outra questão no tocante à temperatura tem a ver com o adesivo usado para fixar os azulejos: de fato, a argamassa utilizada para esse fim deve assegurar simultaneamente a adesão, enquanto garante flexibilidade para absorver as expansões e contrações resultantes da variação térmica. Além desse detalhe, as folgas deixadas entre os azulejos devem ser fechadas: isto é obtido através de um produto, conhecido como rejunte, que além da função estética de acabamento, deve igualmente apresentar flexibilidade para absorver as variações térmicas dos azulejos.
Instalação de azulejosComuns em construções e reformas, os azulejos costumam ter dimensões padronizadas, cujos múltiplos dificilmente cabem em números inteiros nas dimensões aleatórias presentes em construções. Havendo a necessidade de se "fechar" uma medida em valores fracionários, os azulejos passam a necessitar de corte. No caso das paredes, o corte deve ocorrer uma vez para cada linha de azulejos aplicada. Para um pé-direito da ordem de 2,4 a 3,0 m, haverá, do chão até o teto, um total estimado entre 16 e 18 linhas de azulejos, será, portanto, esse o número de azulejos que precisarão ser cortados, para cada face de parede revestida. Às vezes, o processo precisa ser adotado para os azulejos junto ao rodapé. Havendo paredes curvilíneas, estes cortes tendem a se multiplicar. Agora, imagine-se este trabalho repetido à exaustão, num edifício em construção, que pode conter de dezenas a centenas de unidades. Definitivamente, o corte não pode ser fortuito.
A tecnologia originou equipamentos especializados para corte de azulejos, baseados em facas reforçadas por fragmentos de diamante, permitindo obter cortes bem acabados, tanto retilíneos como circulares.