Artigos | 22/11/16
Entre a descoberta da pilha elétrica por Alessandro Volta, em 1.800, e a invenção do acumulador Chumbo-ácido, por Gaston Plante, decorreram-se 59 anos. Muito semelhante conceitualmente com as baterias atuais, as baterias de Plante convertem energia química em energia elétrica, além de o dispositivo permitir a reversão do processo: ao receber energia elétrica, a transforma em energia química, que pode, posteriormente, ser transformada em energia elétrica novamente. O processo pode ser repetido centenas de vezes, antes que o dispositivo sofra uma deterioração irreversível. A descoberta aconteceu em momento extremamente oportuno, uma vez que os primeiros automóveis estavam maturando, mesmo que fabricados de modo artesanal. No início do século XX, os automóveis com iluminação própria já eram uma realidade.
EvoluçãoDurante muitos anos, as baterias foram fabricadas com respiros de ventilação, exigindo instalação em ambientes arejados, para dar vazão aos gases provenientes dos ciclos de carga e de descarga. A existência da ventilação nas baterias potencializava uma série de problemas. A bateria não deveria operar em outra posição que não com as vias de ventilação para cima, mas havia uma tendência de a solução eletrolítica se evaporar, o que exigia reposição da água da solução. Os vapores, além de nocivos à saúde, em geral, atacavam os metais nas proximidades, geralmente os conectores da própria bateria, cordoalhas e a lataria de sustentação. Mas, há algumas décadas, foram lançadas as baterias seladas: operando em temperaturas ambientes, não evolam, não necessitam de reposição do eletrólito, funcionam em qualquer posição e podem operar em habitáculos humanos, o que inclui escritórios e laboratórios, cabines veiculares e aeronáuticas, etc..
EnergiaEmbora energia, em eletricidade, seja expressa muitas vezes em Watts-hora (Watt*hora, watts consumidos durante uma hora), o uso quase universal de baterias de 12 V gerou o termo Amperes-hora (Ah). Assim, uma bateria 60 Ah pode (apenas) teoricamente sustentar uma corrente de 60 Amperes ao longo de uma hora, ou 1 Ampere durante 60 horas. Na prática, este dado somente dá ideia da capacidade da bateria, de sustentar a partida do veículo, a presteza com que o motor entrará em funcionamento. Também dá uma noção de capacidade de sustentar faróis, lanternas e setas, limpadores de para-brisas, vidros motorizados, espelhos motorizados, para-brisa traseiro com desembaçador, sistema de climatização, e, naturalmente, um aparelho de som, que eventualmente pode não ficar abaixo de muitos equipamentos de baladas ou pagodes, quando não um DVD para deleite de quem segue no banco traseiro.
Aplicações alternativasBaterias automotivas seladas podem ser usadas em caminhões, barcos, empilhadeiras a gás ou elétricas, motocicletas, em sistemas tracionários, além de UPSs/
no-breaks e sistemas de iluminação emergencial. Muitos equipamentos, usados em medicina e outras aplicações de alta criticidade já vêm dotados de
back-up interno de energia, associados a flutuadores.
Aparelhos que assistem a cirurgias são um exemplo. Aparelhos que executam análises clínicas são outro: as amostras ou biópsias são sujeitas a durabilidade limitada e, geralmente, são colhidas em quantidade ou volume apenas essencial; uma interrupção num equipamento pode pôr o ensaio a perder, sem falar do atraso nos resultados e do transtorno de solicitar o retorno de um cliente.